Passarinhada de Primavera no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2015)


Maracanã-pequena (Diopsittaca nobilis) consumindo dendê

Desde pequeno ouço dizer que no Brasil as estações do ano não são bem definidas, como no Velho Mundo. No Rio de Janeiro, em especial, fala-se que não há, a rigor, verão ou inverno. As diferenças de temperatura seriam explicadas conforme a passagem das frentes frias.

É bem verdade que a instabilidade climática das últimas semanas confirmam esse fato, mas desde que iniciei no “birdwatching”, há cerca de três anos, percebi que as coisas não são bem assim no mundo das aves.

Há uma estação do ano bastante especial para as aves, a primavera, onde elas costumam ostentar plumagem nupcial, diferente da plumagem de descanso reprodutivo, para atrair a atenção do parceiro, acasalar, procriar e cuidar dos filhotes.

Nessa época as aves são observadas em abundância, afinal, é o principal período do ano em que se trava a luta pela perpetuação da vida.

A passarinhada do último sábado (28 de novembro) no Jardim Botânico do Rio de Janeiro é mais uma demonstração de que, ao menos no universo das aves, a primavera costuma ser bem demarcada (para saber mais sobre a passarinhada mensal no Jardim visite esse link).

Por estarmos no final da estação, com o verão se aproximando, foi possível avistar um bom número de filhotes já saídos do ninho, como esse jovem Coleirinho (Sporophila caerulescens), flagrado logo após ser alimentado pelo macho adulto da espécie. O foco não estava bom, mas a foto vale como registro.

Coleirinho (Sporophila caerulescens) alimentando filhote
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Outro filhote avistado foi o da espécie Jacupemba (Penelope superciliaris), empoleirado ainda perto dos pais. A fotografia também não foi lá essas coisas, mas vale a título de registro.

Filhote de Jacupemba (Penelope superciliaris)
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Além dos filhotes, chamaram bastante atenção os psitacídeos, que estavam em grande número e desceram a uma altura incomum, já que normalmente ocupam o estrato mais alto das árvores.

Na região do Jardim Botânico conhecida como ‘restinga’, várias Maracanãs-pequenas (Diopsittaca nobilis) puderam ser observadas consumindo dendê na palmeira comumente utilizada por lavadeiras-mascaradas (Fluvicola nengeta) para a construção de ninhos. Além da foto que inicia esse post, fiz esse registro de mais um indivíduo da espécie, alimentando-se do fruto do dendezeiro.

Maracanã-pequena (Diopsittaca nobilis)
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Também a uma altura muito baixa, mais que a usual, foram avistadas Jandaias-verdadeiras (Aratinga jandaya), numa árvore bem próxima ao Lago Frei Leandro, aquele lago central conhecido de muitos dos frequentadores do Jardim Botânico. Uma delas mereceu esse clique.

Jandaia-verdadeira (Aratinga jandaya)
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Com as embaúbas (Cecropia sp.) frutificando, os Tucanos-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus) apareceram aos montes. Consegui fotografar um par deles, deixando à mostra o fruto da embaúba.

Tucanos-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus)
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Ao final da passarinhada quem marcou presença foi um pequeno lagarto do gênero Anolis sp., de hábito arborícola (nunca desce ao chão), no local conhecido como a 'região amazônica' do Jardim Botânico. Segundo o biólogo e ornitólogo Henrique Rajão, que conduz a passarinhada mensal no Jardim Botânico, esse lagarto não era visto ali no Jardim há pelo menos dois anos.

Com a foto dessa preciosidade, por ora, me despeço, convidando o leitor a continuar a acompanhar os posts do blog Aves & Árvores, que já caminha para completar o seu primeiro ano de vida, no próximo dia 10 de janeiro de 2016. Vida longa ao blog e à consciência ambiental!

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Anolis sp.
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4 comentários:

  1. Como sempre fico apaixonada pelos seus registros! Lindos e variados! Sempre um bom colírio para os nossos olhos!

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    1. Obrigado mãe. Ao falar assim sobre a postagem como se estivesse lá junto comigo e fico muito feliz por isso. Um beijo.

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  2. Um alento adentrar neste mundo tão colorido no dia de hj :))))

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    1. Que bom, Lu. Fico feliz com o fato de o blog poder proporcionar momentos de serenidade no seu dia. E viva as aves!

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