Visita à Pista Claudio Coutinho no Morro da Urca (RJ): paraíso do Tiê-Sangue e outras aves

Entrada da Pista Claudio Coutinho (Urca - RJ)

A pista Claudio Coutinho, localizada no Morro da Urca, no Rio de Janeiro (RJ), leva esse nome em homenagem ao ex-treinador da Seleção Brasileira de Futebol e antigo formando da Escola de Educação Física do Exército, Claudio Pêcego de Moraes Coutinho.

A pista é também conhecida como "Estrada do Costão" ou "Caminho do Bem-te-vi", embora neste último caso seja mais apropriado chamar de "Caminho do Tie-sangue", já que essa ave espetacular de cor vermelho-sangue pode ser ali avistada em grande profusão.

O acesso à pista se dá pela Praia Vermelha, um dos muitos cartões-postais da Cidade Maravilhosa.

Morro da Urca e Pista Claudio Coutinho vistos da Praia Vermelha
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Praia Vermelha (Urca - RJ)
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Hoje o passeio mensal organizado pelo Clube de Observadores de Aves do Rio de Janeiro (COA-RJ) ocorreu nesse local e tivemos a oportunidade de acompanhar de perto essa animada "passarinhada".

O dia estava bem claro, com a presença de pouquíssimas nuvens apenas no início da manhã, que foram logo dissipadas com a elevação do sol.


Cristo Redentor visto da Praia Vermelha: dia de poucas nuvens
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Ainda na Praia Vermelha, antes da entrada na pista Claudio Coutinho foram observadas várias Caturritas (Myiopsitta monachus) pousadas nos coqueiros junto à areia. Embora nativas das regiões subtropical e temperada da América do Sul, já há alguns anos as Caturritas parecem ter adotado a cidade para sua permanência e reprodução.


Caturrita pousada em coqueiro
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Conforme relatamos no artigo A sociável família dos Psitacídeos, as Caturritas são a única espécie de aves da família dos psitacídeos aptas à construção de ninhos, e hoje foram vistas várias delas trazendo em seu bico pequenos galhos secos para a nidificação. Elas também vocalizaram com bastante intensidade, para o deleite dos amantes das aves.


Caturrita vocalizando
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Já dentro da pista Claudio Coutinho a estrela principal não tardou a aparecer. O belíssimo Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), ave tipicamente brasileira e símbolo da Mata Atlântica, logo abriu a passarinhada, alimentando-se do fruto da Aroeira (Schinus sp.). Ao final do passeio, pousou bem perto para o registro da fotógrafa da natureza Maria Isabel Hofmann, que gentilmente nos cedeu a imagem.


Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius) consumindo o fruto da Aroeira (Schinus sp.)
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Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius)
Foto: Maria Isabel Hofmann
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Tão coloridos quanto o Tiê-sangue, alguns casais de Gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea) também se fizeram presentes. O macho da foto, embora um pouco escondido entre os galhos, aproximou-se mais do grupo, facilitando o registro de sua bela coloração.


Gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea)
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Quem igualmente marcou presença foi a Asa-branca (Patagioenas picazuro), imortalizada nos versos de Luis Gonzaga e Humberto Teixeira, que chegou de mansinho pelo alto, voando sublime até pousar alguns minutos para a apreciar a paisagem, deixando à mostra a asa de coloração branca que justifica seu nome popular.


Asa-branca (Patagioenas picazuro)
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O Martim-pescador-grande (Megaceryle torquata) foi outro que passou voando sobre o grupo, mas preferiu a sombra e a brisa do mar para descansar junto aos rochedos.


Martim-pescador-grande (Megaceryle torquata)
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Um acontecimento que causou verdadeira comoção nos observadores foi a presença bem próxima de um casal de Garrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus longirostris), vocalizando em alternância com grande beleza. Foi realmente um momento especial. O registro do casal coube ao fotógrafo da natureza Pedro Inácio de Paula, que gentilmente nos cedeu a imagem.


Casal de Guarrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus longirostris)
Foto: Pedro Inácio de Paula
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No final do percurso ainda foi possível observar, entre o Costão e a Ilha de Cotunduba, vários bandos de Atobás-pardos (Sula leucogaster) voando bem rente à água, normalmente em linha reta, como é característico da espécie, ficando seus dorsos bem camuflados quando contrastados com a água do mar. A imagem dos Atobás-pardos é do fotógrafo da natureza Pedro Inácio de Paula.


Ilha de Cotunduba vista da pista Claudio Coutinho
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Atobás-pardos (Sula leucogaster)
Foto: Pedro Inácio de Paula
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Muitas outras aves foram identificadas ao longo do passeio, como sanhaçu-do-coqueiro, bem-te-vi, bentevizinho-de-penacho-vermelho, corruíra, canário-da-terra-verdadeiro, cambacica, beija-flor-de-fronte-violeta, fragata, urubu e outras que fizeram do evento uma passarinhada empolgante que merece ser repetida em outras oportunidades. Por fim, o registro do Pica-pau-anão-barrado (Picumnus cirratus) feito pela fotógrafa da natureza Maria Isabel Hofmann.


Pica-pau-anão-barrado (Picumnus cirratus)
Foto: Maria Isabel Hofmann
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E você, já conhece a avifauna da Pista Claudio Coutinho? Ainda não conhece, mas ficou curioso? Deixe aqui seu comentário, divulgue o blog e ajude a semear a consciência ambiental!



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